sábado, 19 de novembro de 2016

é um "cilculo"

Pronto. O Diploma de Francês faz parte do passado agora.
Agora eu posso:
1. beber até ganhar forças especiais ou perder totalmente o controle
2. Usar o francês "só para o meu prazer"
3. parar de pensar em conjugação verbal como se disso dependesse o oxigênio produzido pelas poucas árvores que ainda estão vivas
4. voltar a falar comigo mesma em português e não traduzir logo em seguida só pra praticar
5. escutar a música que eu quiser... na língua que eu quiser... viva o pop coreano!
6. olhar o pôr do sol
7. falar como todo mundo, ou seja, praticar erros gramaticais em três frases sobre quatro
8. voltar a fazer a piada que meu francês acaba no "Citroen: crèative technologie"
9. parar de me culpabilizar por todos os episódios de Gilmore Gilrs que assiti em inglês porque a dublagem francesa é ridicula

10. começar a estudar inglês...

e aí começa tudo de novo

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Ler, escrever

Ler um livro é abrir um parêntese na sua própria vida para viver um momento num outro lugar, outro tempo - talvez nunca existente -, participar de uma breve vida que, se você tiver sorte, vai mudar a sua forma de ver sua própria vida de verdade. É uma mentira bem contada que pode te abrir os olhos para alguma verdade. Acredito na arte da leitura, na sua importância tanto quanto a de escrever. Nenhum valor tem um livro que foi escrito e nunca lido? Não, claro que ele vale alguma coisa, mas cada vez que ele é lido acho que acontece alguma magia e ele cresce em valor. Cada pessoa que lê uma obra vai vê-la de uma forma, identificar aspectos que tocam sua experiência pessoal e pensar "ah! é mesmo, isso faz sentido para mim", pronto, a magia aconteceu.

Tudo isso você já pensou sozinha, ou leu em algum lugar. Mas, então porque eu estou repetindo?

Essa é minha explicação do porquê eu passei tanto tempo sem ler nem escrever.

Se eu não estava dando conta nem de viver minha vida de tanta coisa que estava acontecendo - ou não acontecendo - como é que eu ia viver a vida fictícia de um outro eu num livro? Complicado.
Depois de ver por este lado eu me perdoei e comecei a devorar todas as páginas possíveis nos dois últimos meses do ano de 2016. Assim não vai ser um ano totalmente em branco.

Ler é uma delícia, faz da minha vida mais florida e radiante.
Escrever é necessário, faz a minha vida menos úmida e musgante.

Eu sei que sou melhor leitora que escritorazinha, mas bom, a gente não pode ser boa em tudo. Então se qualquer hora dessas você pensar... "quanta merda, minha deusa!" não escreva um comentário-ácido-de-crítica-construtiva, só clica no xis no canto direito do alto da sua tela e vá ler um livro!

Ps: Não tenho ainda um novo estilo de blog... nem sei mais se sei escrever, sei que ainda tenho que escrever... bom, como dizem os Vaudoises "on fait avec..."


domingo, 13 de novembro de 2016

acho que

Talvez um dia eu tenha pensado que um blog que tem como intenção ser um projeto-secundário, ou seja, em segundo plano não tivesse muito futuro pela frente.

O lance é que o futuro está mais imprevisível do quê nunca!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Uma árvore sem musgos nas raízes

A gente sempre foge dos diários e da palavra escrita em geral quando não temos tempo nem para digerirmos acontecimentos... quanto menos registra-los.

Dias incríveis que vivi, e muitos não gostaria de repetir, me deixando ensinar o passar do tempo e a beleza de estar viva neste mundo enorme e maravilhoso sob a pele da espécie racional dominante.

Já sonhei, em um passado não muito distante, que eu devia ter nascido árvore, frondosa (adoro esta palavra) e centenária.. mas um dia, eu tirei meus pés cheios de musgos e poeira e ousei andar...e quanto mais eu andei mais eu quis andar... e eu me peguei imaginando que se eu tivesse nascido árvore e não pudesse andar o mundo ia ter de se mover sob minhas raízes para eu poder ser, além de frondosa, realizada... uma árvore que conhecesse o mundo, uma árvore que carrega sua casa nas costas e tira os musgos das raízes constantemente.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

E depois

Depois que a calçada não existe mais,
que nuvens massagearam seus pés,
que lágrimas lubrificaram os olhos,
após abraços novos e velhos serem confundidos.

A viagem continua.
Você continua.
Tudo faz mais sentido agora que deixamos de procurar o sentido.

Querer fazer tudo de novo,
querendo não dar mais tchaus e nem até logos.
Só mais um beijo, ok?!
Fique mais 5 minutos.

A difícil arte de viver e deixar-se acontecer,
nos outros,
deixar os outros acontecerem em você,
e continuar andando depois de criar raízes.

sábado, 22 de março de 2014

surpresa

Planejar viagem.
Comprar passagem.
Dobrar e refazer mala.
Escolher dias e climas.
Festa de despedida, festa de reencontro.

Mas depois de tudo, a viagem vem,
te olha nos olhos e ri de sua pequenez,
ela vai, com certeza, te surpreender.
Só saindo depois da calçada pra descobrir.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

FisiologicaMENTE

Se eu abrisse o coração, os dois ventrículos e os dois átrios,
tudo!

Se remexesse em tudo aqui dentro, toda a circulação, a troca gasosa, a nutrição dos tecidos,
a retirada de metabólitos

Células, organelas, matrizes,

O que sobraria da matéria na busca do amor abstrato?!

domingo, 9 de dezembro de 2012

Fragmento de diário

São Paulo, 26 de fevereiro de 2012

Ouço música, ela evita que as últimas  gotas se transformem em estopins. A música tenta diminuir a tensão superficial no copo para o excedente escorrer devagar e suavemente, fazendo com que meus passos molhem o chão, mas que minhas palavras e atitudes não incitem guerras.

O que fazer quando o copo está cheio? E você só tinha um para por mágoas, lágrimas, frustrações, sonhos e não-realizações.

Estou deixando algumas dessas gotas escorrerem pelos cantos dos olhos para que as flechas que o mesmo olhar carrega não atinja ninguém.

Não quero ferir ninguém.

Tento me manter ocupada, porque o ócio traz pensamentos, e o pior, traz também lembranças.

Meus braços estão cansados de estarem equilibrando uma balança.
Um prato em cada mão.
A mão do dever.
A mão do querer.
Não sei querer o que devo.
Faço o que devo.

Não devo afetar a estrutura das costelas que foram levantadas ao meu lado.
Cada um sabe de si e seus próprios braços.
Os meus estão exaustos.
A dias que o suor tem escorrido como fonte de minha fronte sonolenta.

Quem sabe amanhã?

Estou sobrevivendo e contando minutos, contar dias ou semanas é luxo de quem tem trabalho.
Contar meses é luxo de quem recebe.
O meu único luxo é voltar ao zero a cada sessenta segundos.

Minuto a minuto.

Gota a gota.

Continuo andando,
E deixando marcas molhadas no chão.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Preconceito

Não acredito no ser humano.

Por que ainda invisto em mim?!

Será que me julgo melhor que os mortais?

Acho que sou mais preconceituosa do que imaginava,
MUITO preconceituosa. Principalmente comigo.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Relativa IV

Mais uma semana.

Ai meu deus, o sabor da sexta-feira se misturando ao final do ano é realmente agridoce.
Começo a pensar que outro dia está para começar toda vez que acordo com sono e a vontade de dormir mais às vezes me faz esquecer de viver o dia de uma forma consciente.
Hoje eu estava conversando comigo descendo a rua de casa em direção ao metrô e eu me prometi a viver sem me preocupar [tanto] com o futuro.
Ultimamente a iminência do final do meu curso tem me atormentado com "o que vem depois da faculdade?"

Eu sei que não é hora para o depois, que agora é hora para curtir o dia que tenho hoje: hoje, mas falar e escrever é fácil, sendo que destes dois o primeiro é mais fácil ainda. Quem mais me exorta é aquela que me mira no espelho, o objeto que mais fujo e mais me persegue, aquele que não mente nem olha pro chão ou pro lado quando você o encara, ela sempre me olha nos olhos e isso me apavora.

O amanhã me apavora.
O desconhecido me apavora.

O meu problema é ser atraída demais pelo que me provoca medo,
não importa a altura ou a profundidade,
o que mais me faz bem na vida é me sentir viva e que a vida é uma aventura.

Toda esta rotina, este desce e sobe de rua, este deita e pouco dorme, este esquenta e esfria martita,
todo este ciclo incontínuo, se não me matar... vai me catapultar pra bem longe.

E...tenho dito!