sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Sou

Sou um coração desabitado,
Dentes sempre à mostra,
Olho vezes molhado.


Sou inquietas pernas,
Rosto molhado de suor,
Lábios molhados de saliva,
Fogueira em alto fulgor!


Sou sonho requentado,
Paisagem anônima,
Folha rasgada de diário,
Um verso descartado,


Aquilo tudo que não há no dicionário.
Aquilo tudo que o formalismo não soube ler!


Ps.: Irei reconstruir este espaço, estou ainda na fase de digerir novas ideias, aceito opiniões!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Veja bem

Não musique meus poemas,
Não diga que o sol só nasceu hoje para iluminar minhas flores!


Não sou o tudo,
Nem tenho o nada.


Sou só o que não consegues ver,
Aquilo que você rejeitou acreditar.
Não iluda seus pensamentos egoístas de ter-me em algum cômodo acomodada ao teu lado.
Não vivo e nem tentarei viver contigo sem mim!
Necessito apenas de oxigênio,
E você de abrir os olhos!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Poesia alheia

Devaneio - Jorge Vercillo


Mergulhei no mar e não dava pé
Me apaixonei mas não sei por quem
Sonho com alguém
Que você não é


Eu me entreguei demais
Eu imaginei demais e o silêncio fala mais que a traição
Foi um devaneio meu um veraneio seu e um outono inteiro em minhas mãos


Vi um sol nascer pelos olhos seus me deixei levar
Eu nao refleti que era a luz dos meus refletida em ti
Eu me entreguei demais
Eu imaginei demai se o silêncio fala mais que a traição
Foi um devaneio meu um veraneio seu e um outono inteiro em minhas mãos

sábado, 5 de setembro de 2009

Movimento

Vai ao longe o teu vento de outrora.
Entrou-te como um redemoinho,
Saiu-te menos que uma brisa!
Não despega as folhas mortas,
Nem dá vida aos moinhos.


Será para sempre esta estagnação?


O rio não flui,
E assim cessa a vida.

domingo, 30 de agosto de 2009

Respostas

O que fazer quando não te encontro com os olhos abertos,
Mas só enxergo você ao fechar meus olhos?


Isso tem nome?
Temos nomes?
O nome importa?


Respostas, venham até mim, contigo!


Se as suas palavras me pareceram tiradas do meu próprio íntimo;
E eu acho que já lhe conheço a eras,
Se o se parece perder o sentido e o quando me acompanha,
Quando vou ter o que sonhei ontem?

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Momento

Ouço música, ela me encanta como tuas palavras,
Parecem todas unidas para me seduzir.
O mundo é mesmo o lar de todos,ou poderia haver uma verdadeira conspiração?
Quero acordar do sonho em outro melhor e mais colorido!
Não me chame quando você estiver perfeitamente onde sempre quis estar.
Não me satisfaço com minhas próprias palavras,
Mas se são as únicas que tenho,
Não deveria eu ser mais gratas a elas por virem a mim sem nada pedir em troca?
Ingratidão é uma má sementinha.
Queria plantar milhões de árvores.
Como pode um peixe morrer afogado em pleno lago natural?
O ser humano é um verme!
Meu pensamento não pára!
Meus batimentos são incessantes.
Minha voz também?
Até quando?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Banhista Cíclico

Um banho, é só o que pede ao mundo agora.
Um banho ao som de Bethânia e toda a MPB.
Um banho de chuveiro,tão frio quanto na própria nascente.
Um banho a sabonete barato, quer somente o necessário.
Um banho comum,para um alguém igualmente.
Pelo ralo o adeus a mais um dia de mão no arado.
A temperatura cai no coro cabeludo, com o cair da água.
Pronto, mais um ser re-humanizado após dez, onze, doze no campo de combate aberto.
Na noite do dia depois desta noite,
Mais um banho será receitado.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Borboleta


Tinha um sonho,
Nela uma borboleta voa,
Voava.
Pousa numa orquídea roxa.
Suas asas azuis e seu movimento incolor,
Suas asas azuis e em minha orquídea amor.
Pena que era um sonho,
E como a borboleta que voa,
Você também, Voou.




sábado, 1 de agosto de 2009

Compreensão

Você fala.
Eu falo.
Você entende.
Eu também.
Você não entende.
Eu explico.
Você tinha entendido.
Eu entendo que você já havia entendido.
Fico vermelha,
Você ri.
Eu olho você,
Você olha-me.
Estamos longe.
Mais perto do que nunca.

sábado, 25 de julho de 2009

Filofroidiano

Minha cabeça está vazia,
Talvez cheia demais para perceber que há algo aqui dentro.
Ela se transforma,
Alterações insólitas no vasto breu da contínua sinapse.
Ela se altera,
Transformações vadias nessa longa onda mecânica.

Minha cabeça está cheia,
Ou será que esvaziou-se completamente?
Esta confusa turbulência neurológica!
Onde atracou minha quimera ideológica?
Esta turbulenta confusão sub-capilar!
Onde terá ido o meu consciente pensar?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Caixinha de Fósforo

Minha vida não cabe numa caixinha de fósforo.
Não que seja cheia de grandes acontecimentos,
Ou de inúmeras aventuras.
Mas,definitivamente, minha vida não cabe numa caixinha de fósforo.
Não sou alguém muito importante, daqueles que são indispensáveis para o mundo,
Mesmo assim, minha vida não cabe numa caixinha de fósforo.


Não caberia lá dentro todo o amor que me foi dispensado por minha mãe.
Não acomodaria lá dentro o suor rolado da testa de meu pai todos esses anos.
Não suportaria todos os sorrisos a se abriram a mim e os amigos que comigo choraram.
Nela não caberia as aulas assistidas, as músicas entoadas, as danças embaladas, os sonhos vividos, as saudades lastimadas!!!


Não posso me calar para tudo que há aqui dentro,
Por isso minha vida não cabe numa caixinha de fósforo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Angústia

Naquela tarde em que seu nome não consegui chamar,
Naquela chuva em que seus braços não me envolveram.


Por quê tem que ser assim?


Só esta maldita e a muito saboreada angústia me beija.


Esta que atormenta o que com a solidão está de mãos dadas.


Angústia que enche meu peito,
Para que não me dê o prestígio do vazio.
Ps: Homenagem ao meu único, e por isso carinho em dobro, leitor e amigo deste Blog e de tantas outras horas, R.Vinicius.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Desclassificações

Não faça classificações.
Não diga o quê deve acompanhar o qual.
Não se organize por completo e sem restrições.
Dê a si mesma um armário vazio.
Permita-se não auto-encaixotar.
Fuja das suas próprias etiquetas de possessão e quantidade.


Não faça classificações!
Não se torne o padrão do socialmente aceitável.
Não se petrifique, concretize ou calquefique.
Faça um pouco de nada hoje.
Deixe o lixo para levar amanhã.
Quem se importa, afinal?


Não deixe que lhe classifiquem,
Você é um universo para ser admirado,
Respeitado,
Reciclado,
Aprimorado,
Nunca estudado!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vivo morrendo.


(foto: São Paulo por um amigo meu).


Ouço, escuto, sinto o girar do ponteiro do incessante relógio.
Ouço, escuto, não sinto o vibrar da máquina centrifugando a roupa.
Ouço, não escuto, sinto o morno som cansado do urbano,
Este que me envolve de dia,
De tarde,
Na madrugada,
Na noite de terça-feira.
Morno porque não me refresca.
Morno pois não me aquece.
Cansado de exaustivo labor eternificado pelo sistema,
Cansado porque já não me encanta.
Urbano pois o verde já desvaneceu,
Urbano de tanto parir concreto estéril.
Vivo morrendo neste Morno, Cansado e Urbano universo.