sábado, 25 de julho de 2009

Filofroidiano

Minha cabeça está vazia,
Talvez cheia demais para perceber que há algo aqui dentro.
Ela se transforma,
Alterações insólitas no vasto breu da contínua sinapse.
Ela se altera,
Transformações vadias nessa longa onda mecânica.

Minha cabeça está cheia,
Ou será que esvaziou-se completamente?
Esta confusa turbulência neurológica!
Onde atracou minha quimera ideológica?
Esta turbulenta confusão sub-capilar!
Onde terá ido o meu consciente pensar?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Caixinha de Fósforo

Minha vida não cabe numa caixinha de fósforo.
Não que seja cheia de grandes acontecimentos,
Ou de inúmeras aventuras.
Mas,definitivamente, minha vida não cabe numa caixinha de fósforo.
Não sou alguém muito importante, daqueles que são indispensáveis para o mundo,
Mesmo assim, minha vida não cabe numa caixinha de fósforo.


Não caberia lá dentro todo o amor que me foi dispensado por minha mãe.
Não acomodaria lá dentro o suor rolado da testa de meu pai todos esses anos.
Não suportaria todos os sorrisos a se abriram a mim e os amigos que comigo choraram.
Nela não caberia as aulas assistidas, as músicas entoadas, as danças embaladas, os sonhos vividos, as saudades lastimadas!!!


Não posso me calar para tudo que há aqui dentro,
Por isso minha vida não cabe numa caixinha de fósforo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Angústia

Naquela tarde em que seu nome não consegui chamar,
Naquela chuva em que seus braços não me envolveram.


Por quê tem que ser assim?


Só esta maldita e a muito saboreada angústia me beija.


Esta que atormenta o que com a solidão está de mãos dadas.


Angústia que enche meu peito,
Para que não me dê o prestígio do vazio.
Ps: Homenagem ao meu único, e por isso carinho em dobro, leitor e amigo deste Blog e de tantas outras horas, R.Vinicius.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Desclassificações

Não faça classificações.
Não diga o quê deve acompanhar o qual.
Não se organize por completo e sem restrições.
Dê a si mesma um armário vazio.
Permita-se não auto-encaixotar.
Fuja das suas próprias etiquetas de possessão e quantidade.


Não faça classificações!
Não se torne o padrão do socialmente aceitável.
Não se petrifique, concretize ou calquefique.
Faça um pouco de nada hoje.
Deixe o lixo para levar amanhã.
Quem se importa, afinal?


Não deixe que lhe classifiquem,
Você é um universo para ser admirado,
Respeitado,
Reciclado,
Aprimorado,
Nunca estudado!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vivo morrendo.


(foto: São Paulo por um amigo meu).


Ouço, escuto, sinto o girar do ponteiro do incessante relógio.
Ouço, escuto, não sinto o vibrar da máquina centrifugando a roupa.
Ouço, não escuto, sinto o morno som cansado do urbano,
Este que me envolve de dia,
De tarde,
Na madrugada,
Na noite de terça-feira.
Morno porque não me refresca.
Morno pois não me aquece.
Cansado de exaustivo labor eternificado pelo sistema,
Cansado porque já não me encanta.
Urbano pois o verde já desvaneceu,
Urbano de tanto parir concreto estéril.
Vivo morrendo neste Morno, Cansado e Urbano universo.